Antes de dizer qualquer coisa, devo admitir que, do ponto de vista estritamente legal, o governo acertou em deixar os boxeadores cubanos irem embora. O status de perseguido político precisa ser explicitamente requerido, e os boxeadores não o fizeram. A favor do governo brasileiro está o fato de que o jogador de handebol que pediu asilo vai ganhar.
Agora: é meio óbvio que o motivo do arrependimento dos caras foi ameaça a suas famílias. O governo brasileiro deveria ter condicionado a autorização para que saíssem do país a uma garantia do governo cubano de que não haveria sanções contra eles ou contra os seus, acompanhada de monitoramento por organizações de defesa dos direitos humanos. Dava para proibir os caras de saírem? Bom, dava. Segurava eles por violação de visto, qualquer coisa.
É compreensível o desejo de evitar um incidente diplomático, mas, se alguma coisa acontecer com esses caras - por exemplo, se eles forem proibidos de lutar - parte da responsabilidade é nossa.
Thursday, August 09, 2007
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2 comments:
Vamos combinar que sua sugestão de pedir garantias a um governo ditador e sanguínário como é o de Fidel, é no mínimo surreal, pra não dizer ingênua.
O que aconteceu na questão toda é muito óbvio, mas não creio que o Brasil ou qualquer outro país pudesse fazer nada diferente.
Abraço.
Débora, eu acho que se o Fidel desse as garantias formalmente e depois quebrasse a promessa, isso traria danos consideráveis à imagem de Cuba, principalmente na Europa.
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