Friday, May 05, 2006

Nassif e a Bolívia

Luís Nassif publicou um artigo interessante na Folha hoje sobre a crise boliviana. Taí, até que a resposta da mídia foi mais contida do que eu esperava. Conheço gente que topa guerra.

O problema é o seguinte: a curto prazo, se tudo for pro caralho, a gente perde mais. Se a gente não aceita os termos da Bolívia e eles interrompem o fornecimento e confiscam os equipamentos, a gente leva uma tunga. Eles podem segurar por um ou dois meses. Nesse meio tempo, pra gente ia ser péssimo.

Sem dúvida, o Brasil poderia, no médio prazo, e sem guerra, reduzir a Bolívia a uma economia menor que Petrópolis (já é menor que Duque de Caxias). Toda a soja deles é embarcada aqui. E, sem vender o gás nem a soja, adeus Bolívia. Mas, por que faríamos isso? Só por orgulho? O resto da América Latina ficaria contra nós. Perderíamos uma grana subsidiando as empresas que quebrassem por causa do gás.

É melhor topar os termos por hora, e, no longo prazo, deixar que eles se fodam. Evidentemente, pelo amor de Deus, ninguém aqui pode mais investir na Bolívia. Demorará cerca de dois anos para construir as plantas de conversão do gás líquido, facilmente encontrável no mercado internacional. Até lá a gente aguenta, depois é problema deles tentar virar o cano do gasoduto para a Venezuela.

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