A crer no Globo de hoje, a desigualdade de rendimentos caiu, pela primeira vez desde a década de 80. O índice de Gini brasileiro recuou de .554 para .547, queda de .007 (o que não é tão pouco quanto parece). E há no novo PNAD um monte de boas notícias, a renda cresceu, o desemprego caiu (e os empregos gerados foram de boa qualidade), enfim.
Se tiver tempo, depois vou olhar a pesquisa do IBGE para ver mais detalhes. Em especial, queria ver o Gini incluindo impostos e transferências (como o Bolsa-Família). Essa queda deve ter sido maior.
Um dos problemas da desigualdade no Brasil sempre foi o baixo grau de focalização das políticas sociais: como o Brasil gastava muito com políticas sociais que não atingiam os mais pobres (como a universidade pública) e pouco com as que atingiam (exceção: aposentadoria rural), o coeficiente de Gini aqui quase não caía quando você incluía impostos e transferências. Se me lembro bem, nos países da OCDE o Gini cai 15 ou 20 pontos quando você leva em conta a ação do governo. Aqui caía 3, 4, uma coisa dessas (depois eu checo).
Como o Bolsa-Família é neuroticamente focalizado, esse ano deve cair mais. Se ainda existisse governo, deveria colocar uma meta para o Gini brasileiro. Quando cair abaixo de .5 a gente faz um ano de carnaval.
O governo Lula deveria fazer uma festa, por que relatório como esse não vai sair todo dia, não.
Saturday, November 26, 2005
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