A resposta de Ianni foi questionar o diagnóstico da crise da sociedade do trabalho usando seus dados sobre globalização. Ao mesmo tempo em que grande parte da população na Europa deixava de ser operária, não era verdade que massas de camponeses chineses agora eram operários? Me lembro da pergunta: "Será que o trabalho que está sumindo na Europa e nos Estados Unidos não reaparece na Indonésia ou em Cingapura?"
Sob esta perspectiva (digo eu), o diagnóstico da crise da sociedade do trabalho capturaria um momento transitório das sociedades européias, em que o welfare state ainda sobrevivia, mas o fordismo declinava. À medida em que a Europa precisasse se acomodar aos desafios propostos pelos novos concorrentes globais, podemos supor, o welfare state também acabaria por enfraquecer, e a idéia de uma nova sociabilidade pós-produtivista se enfraqueceria. De fato, anos depois, Blair lançou um programa batizado de "From Welfare to Work".
Aparentemente, o diagnóstico do Ianni se confirmou, ao menos por enquanto: os movimentos sociais que poderiam propor as políticas defendidas pelo Josué estão enfraquecidos, em grande parte pela necessidade de seus países de origem responderem à competição chinesa, o que levou o debate político a uma guinada pró-mercado.
Thursday, December 14, 2006
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