Ianni tinha razão em uma coisa: empiricamente, o efeito-globalização parace ter cancelado em grande parte o efeito-crise da sociedade do trabalho. Entretanto, algumas questões permanecem:
1) Em primeiro lugar, o diagnóstico da crise da sociedade do trabalho ainda permanece válido em muitos aspectos: a economia realmente precisa de cada vez menos gente, e as possibilidades de organização sindical andam péssimas.
2) Há pontos em que os argumentos do Josué têm aplicabilidade além de qualquer teste empírico, como argumentos de teoria da justiça: o nível de vida deve ser sempre determinado pelo trabalho? A pobreza de quem fracassa no mercado de trabalho é "justa"? Se dissermos que sim, temos o direito de exigir de quem fracassar absolutamente que continue a se comportar como cidadão?
3) A globalização pode se sustentar apenas no mundo do trabalho, como agora? Será que a crise das instituições que poderiam, no futuro, garantir a cidadania global, como a ONU, não colocará um limite a essa expansão? E quais as perspectivas de mobilização política vinda de baixo em defesa dessas instituições, se o único movimento dos de baixo (entre os que ocorreram historicamente) com algum potencial cosmopolita (a classe operária) está em crise?
Enfim, eu achei essa troca de perguntas bem mais interessante, e ela me inspirou muito mais idéias, do que 90% dos cursos que fiz na vida.
Prestem atenção no Josué.
Friday, December 15, 2006
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment