Saldo do referendo:
1) Maior derrota de todos os tempos para os institutos de pesquisa, que previam 10-15 pontos de vantagem para o não, e a diferença foi o dobro disso.
2) Provável aumento dos casos de posse de arma. É improvável que a turma da bala não aproveite pra mudar o estatuto, e muita gente, por pura desinformação, vai achar que agora liberou geral.
3) Aumento de visibilidade dos extremos do espectro político, como o MV-Brasil e o PSTUpido.
4) Mau começo, na minha opinião, para o renascimento da direita brasileira. Quem está na TV hoje são o Alberto Fraga, o Minha Creuza, e, principalmente, o Fleury. Adesão quase invisível da direita civilizada, do César Maia ao Denis Rosenfeld. Nenhum empresário.
5) Sinal de ocaso de uma geração de militantes de esquerda. Depoimento muito bobo do cara do Viva Rio. Nenhum sindicalista entrevistado na TV hoje. Absoluta timidez dos movimentos sociais diante da questão.
6) Ganhou a Veja. Que na edição de hoje critica Alckmin e Serra por serem viadinhos que não batem o suficiente no governo.
7) Por mais distorcida que fosse a lógica da campanha do Sim, algum senso de direitos pessoais eles despertaram, mais ou menos como na época da revolta da vacina. Novamente, entretanto, lamento que tenha sido essa a causa que causou essa discussão, pois temo como ela será direcionada pela liderança que ganhou força.
8) Por mais que, enfim, o impacto real sobre a violência fosse ser mínimo de qualquer maneira, houve mesmo no Brasil desses últimos dias um clima de discussão cívica extraordinariamente saudável. E provavelmente foi uma boa idéia começar a conversar nesse nível com um assunto que não tinha muita consequência, mesmo.
Sunday, October 23, 2005
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1 comment:
Toda jornada tem um primeiro passo. Concordo que o efeito prático de qualquer uma das alternativas não seria tão grande nem seria aquilo que as duas tendências apregoavam, mas realmente este é o primeiro debate que trata de uma questão concreta e próxima da realidade (pelo menos para muitos).
O presidencialismo-parlamentarismo-monarquia era muito distante para a maioria, e o fora Collor não foi realmente um debate, só uma catarse coletiva que vai se perder no meio das crises políticas vincendas.
Qual será a próxima questão? Eu acho que é "É falta de ética dos meios de comunicação veicularem que ´A Ana Paula Arósio não tem marca de biquini` sem prova documental"?
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