Tuesday, February 28, 2006

Essa é ótima

Leiam a matéria, e depois vejam o que eles sugerem como link do tipo "para saber mais".

O artista anteriormente conhecido como César Maia

O "ex-blog" do César Maia produz um informativo chamado Informação e Opinião, que quem quiser assinar pode fazê-lo clicando aqui. Como se sabe, o blog foi cancelado por que ocorreu à população que o prefeito postava tanto que não devia estar governando muito, não. O informativo tem cara de ser feito por assessores, principalmente por que o blog era mais bem-escrito.

Na última edição há uma análise das últimas pesquisas para presidente. Lembremos que o mesmo blog havia contestado uma pesquisa da CNT/Sensus que dava o Lula na frente, e os mesmos resultados apareceram nos outros institutos uma semana depois. Daí a necessidade do César Maia dar alguma satisfação a seus leitores.

Antes de mais nada, esclareço que acho excelente que o César Maia tenha blog, e que a direita brasileira tenha um quadro que, de alguma forma, participa do debate com disposição.

Mas a análise da pesquisa é fraquinha, fraquinha. Senão, vejamos:

"Marcar nomes que tem um alto "recall" por terem sido candidatos, é natural. Mas quando se observa a flutuação que os institutos apresentam nos cruzamentos de votos, por gênero, idade, renda e instrução, e se compara com a flutuação do resultado final, se vê que não é possível."

Supõe-se, portanto, que César Maia mostrará números que, se considerados em conjunto, tornam altamente improvável a vantagem agregada de Lula sobre Serra. Os números apresentados são:

- A vantagem de Lula sobre Serra é de 14 pontos entre os homens e 2 pontos entre as mulheres. Segundo o prefeito, "Fatos como esse ocorrem, mas são muito raros". Deixando de lado o fato de que diferenças entre grupos são a regra, não a exceção, na competição partidária internacional (vejam os dados sobre democratas e republicanos, por exemplo), isso não prova, de jeito nenhum, que o resultado agregado é impossível ou improvável. Minha suspeita é que as mulheres estejam valorizando mais o aspecto moral e os homens mais o emprego. De fato, o governo Lula é especializado no que nos EUA são considerados "daddy's issues", como economia, e se dá mal nas "mommy's issues" como educação, honestidade, etc. Dado o que sabemos sobre o governo, a diferença só não deve ser maior por causa do Bolsa-Família.

- A conclusão do Datafolha de que grande parte da vantagem é devido aos beneficiários do Bolsa-Família, segundo o prefeito, é "apressada", por que vários dos programas fundidos no Bolsa-Família já existiam. Isso é ignorar a grande expansão da cobertura do programa nos anos recentes, mas deixando isso de lado: mesmo se a tese do prefeito for correta, não tem qualquer implicação que demonstre que os resultados da pesquisa estão errados.

- A idéia de que a campanha de Lula está surtindo efeitos é errada, segundo Maia, por que a campanha precoce apenas piora sua imagem junto ao eleitorado. Não são apresentados dados para comprovar esta tese, mas, mesmo se houvessem, isto seria uma refutação de uma explicação para os resultados, não uma refutação dos resultados.

- Lula não pode ter melhorado, segundo o prefeito, por que seu desempenho nas perguntas sobre seu governo não melhorou. Bom, mas como FHC descobriu em 98, por mais que o eleitor esteja de saco cheio, você não perde se não perder para alguém. O mesmo eleitor que continua de saco cheio com o Lula pode ter desanimado quando começou a conhecer os adversários.

- Curiosamente, o único ponto da pesquisa que o prefeito acha positivo é o que mostra Lula se dando desproporcionalmente bem no Nordeste. É sempre meio esquisito quando se contesta todos os resultados de uma pesquisa menos o que o beneficia, mas, enfim. E, naturalmente, isso não refuta os resultados agregados.

c.q.d

Sunday, February 26, 2006

Pedevesa

A empresa estatal de petróleo do Chávez está fazendo uns anúncios na mídia brasileira. Meio esquisito, e parte da diplomacia do petróleo do Chávez, que tem vendido petróleo barato pelo continente em troca de apoio político, além de ter comprado uma grana preta de títulos da dívida argentina.

Arrisco uma previsão: enquanto o apoio político for só dizer em público que o Chávez é legal, todo mundo vai apoiar o cara, e ganhar petróleo barato. Mas se houver um problema sério com os EUA, por exemplo, e se não interessar aos outros países comprar a briga, todo mundo (com a possível exceção do Morales) abandona ele, talvez denunciando-o como traidor do socialismo.

Aliás, já que o Chávez quer usar a grana do petróleo para ajudar a população, por que não faz um programa de renda básica como o do Alasca? Resposta: por que um programa de distribuição universal, evidentemente, não permite dar dinheiro só para os aliados do governo.

O mundo é mesmo uma beleza.

Rigotto

Candidato forte, mas depende de um colapso do PSDB, por que as forças de oposição na sociedade e na mídia, historicamente, decidem por um candidato no começo e mantém o apoio até o final (tentativas fortes e abortadas recentes: Afif em 90, Ciro em 1998). Eu se fosse o Lula, faria com o PSDB o que o PSDB quis fazer com ele: tentaria sangrar o PSDB sem matá-lo. O escandâlo de corrupção só não matou o Lula ainda por falta de oposição nova.

Mas, ao mesmo tempo, o Lula precisa do Rigotto na prévia para matar o Garotinho, que é quem garante o segundo turno entre ele e o Serra.

Joguinho interessante, o que já dá algum interesse à campanha, já que, programaticamente, ela não promete.

Você sou eu ontem

Segundo O Globo, Lula disse que o PSDB, com essas brigas internas, parece o PT dos anos 80. Concordo com tudo menos com a data. O PT rachava até outro dia.

Paradise Now

Filmaço sobre dois terroristas suicidas palestinos. Realmente, realmente bom. Evidentemente, é o ponto de vista palestino, mas é perturbador demais para ser propaganda. Genial.

Um monte de coisa para comentar sobre o filme, mas não quero estragar a surpresa de quem for ver.

PS: lembrei, por contraste, de "Diários da Motocicleta", um filme bom, mas que, ao contrário de Paradise Now, faz "A Paixão de Cristo" parecer uma observação imparcial dos fatos.

Monday, February 20, 2006

Pós-Palocci

Eu vou decidir meu voto para presidente segundo o seguinte critério: quem vai continuar com a política econômica. É meio simplista, mas em país com crise fiscal, não tem jeito. Admito, entretanto, que se algum candidato propuser uma mudança e descrevê-la em termos claros, estou disposto a pensar sobre o assunto (até agora, ninguém fez isso).

Ficam fora do páreo pelo meu voto, pelo critério, Garotinho e Heloísa Helena. Lula provavelmente continua no páreo, e, segundo as acusações do Mangabeira Unger, Cristovam Buarque também.

Tenho dúvidas sobre o Serra, e acho que é isso que o Dirceu queria dizer quando disse que ele era independente demais para a elite.

Eu acho que isso é a base da insistência do Alckmin em concorrer contra tudo e contra todos. Ele já sacou que muita gente tem essa mesma dúvida sobre o Serra.

Mas o cálculo do PSDB deve ser: o Alckmin daria margem para o Lula dar uma virada populista, nem que fosse só na campanha, ao passo que, seja lá o que o Serra disser na campanha, a gente manda ele ficar na dele depois que ganhar.

Vagabundo é obrigado a falar que nem homem

O principal vagabundo que negava a existência do holocausto, David Irving, acaba de admitir que estava errado (ah, bom). Bom, até aí, nada.

O interessante do caso é o seguinte. A The Economist acaba de publicar uma defesa da liberdade de opinião (em resposta à crise dos cartuns) em que diz que, por exemplo, os que negam o holocausto não devem ser proibidos de dizê-lo, pois posteriormente serão ridicularizados pelo debate público sério (o que, de fato, aconteceu). Tendo a concordar com isso.

Mas o lance é que o Irving só confessou por que foi preso na Áustria, onde negar o holocausto é crime. E o tipo de neonazista que gostava do livro dele se recusa a participar de debates públicos.

Caso difícil.

Saturday, February 18, 2006

Hamas III

Foi só falar que o Hamas poderia moderar seu discurso, e deu nisso. O que, obviamente, deu nisso. Mas, como disse o Drezner, a questão é o que acontecerá com a popularidade do Hamas se ele não moderar o discurso. Enfim.

Friday, February 17, 2006

Hamas II

Mais gente acha o que eu acho sobre a vitória do Hamas, embora o cara citado pelo Drezner seja bem mais otimista do que eu. O que eu acho é que os caras se meteram numa enrascada por terem ganho, e talvez, talvez, isso seja bom.

Liberdade de Expressão no Alcorão

Aliás, este documento divulgado pelo site da Irmandade Muçulmana tem uma citação interessante do Alcorão, que eu traduzo do inglês assim: "Diga a verdade de seu Senhor, e que aquele que assim o desejar escolha crer, e o que o desejar possa descrer" (Al-Khaf 29). Sabemos que nada disso acontece nos países islâmicos, mas é bom saber que, quando os reformadores democráticos muçulmanos aparecerem, não serão acusados de heresia com tanta facilidade.

Vale dizer, o documento em questão é sobre a crise dos cartuns, e até que eu o achei moderado; a ênfase é na necessidade de conduzir a crise a um final. Note-se que não é da Irmandade, mas da Federação das Organizações Islâmicas da Europa.

A Irmandade Muçulmana

Prestem atenção no que acontece com a Irmandade Muçulmana. A organização foi fundada em 1928 por Hassan El-bama e seis trabalhadores da construção de Suez, nos moldes da maçonaria. Pregava a volta ao islam tradicional, contra a "corrupção" ocidental, e tentou fazer uma espécie de Internacional Islamista, incluindo seções no Egito (a sede do negócio), Síria, Iraque, Palestina, e vários outros países islâmicos. O Hamas é um braço da Irmandade.

Ao contrário da turma da Al-Qaeda, a Irmandade Muçulmana não defende a violência como tática principal de islamização da sociedade. Oficialmente, pelo menos, o movimento se proclama reformista, e tem enfatizado a participação no processo eleitoral, como mostra a vitória do Hamas. A violência é aceita nos territórios ocupados, como Palestina, Iraque, e, enfim, Israel. Mas o movimento se opõe frontalmente a atentados como o 11 de Setembro.

A questão é: segundo a The Economist, a Irmandade vem tentando aproveitar as possibilidades abertas pelas eleições recentes no Oriente Médio, e vem levando esporro da turma jihadista. Como será esta adaptação? Isso promete ser interessante.

Não deixem de ler o dossiê sobre "Political Islam" na the Economist.

Alckmin e a Opus Dei

E, já que estamos falando de religioso maluco...

Caiu muito, entre meus amigos tucanos, a tendência pró-Alckmin, depois que se descobriu que o sujeito foi da Opus Dei. É meio esquisito, mesmo, mas vale lembrar que, embora a esmagadora maioria dos membros da Opus Dei seja extremamente conservadora, isso não é obrigatório pelos princípios da organização, que, aliás, tem uns poucos membros esquerdistas, como a secretária de educação do Tony Blair. Embora a maioria da Opus Dei tenha apoiado Franco, uma famoso líder da oposição também era membro. O que a simpatia pela Opus Dei quer, sim, dizer, é que o sujeito vai se alinhar com o Vaticano em questões morais, casamento gay, aborto, etc.

Pelo que entendi, Alckmin saiu da Opus Dei. É um ex-membro, assim como o Serra é ex-maoísta. Talvez caiba dar-lhe o benefício da dúvida.

O que eu queria saber é o que é que o Alckmin pretende fazer se for candidato a presidente.

PS: um amigo meu, por outro lado, gostou de saber que o Alckmin era da Opus Dei, e argumenta que seria o primeiro presidente que encheria a si mesmo de porrada, como todos queremos fazer com eles todos. Enfim.

FHCex and the city

Segundo O Globo, FHC fez, na tal conferência com empresários, um comentário meio enigmático: segundo o ex-presidente de um dos negócios mais confusos, bizarros e povoado de maluco do mundo (a Associação Internacional de Sociologia), o problema do Brasil é a urbanização. Ela causou a crise fiscal, a crise social, tudo.

Não deixa de ser uma tese, mas tem cara desses negócios de sociólogo que me fazem ter vontade de voltar a me chamar de cientista político, ou mentir que sou fonoaudiólogo.

Naturalmente, a urbanização aumenta o gasto com infra-estrutura urbana (dã!), o operariado urbano conseguiu vários direitos sociais mais cedo que o campesinato, enfim. Agora, como dizíamos na época do referendo, qual é o contra-factual? Algumas possibilidades:

1) O Brasil se mantém rural, mas continua crescendo. Nesse caso, esperamos, o enorme campesinato teria, do mesmo jeito, eventualmente conquistado direitos sociais e atingido níveis de consumo atualmente desfrutados pela população urbana. Nesse caso, seria mais barato fazer uma escola pra cada trinta crianças que moram na fazenda, ao invés de uma escola para cada trezentas que moram em um subúrbio carioca? Eu acho que seria mais caro.

2) O Brasil continua sem direitos sociais, o que, naturalmente, reduz muito o gasto público. O fato de que os brasileiros não conhecem outro mundo senão o da fazenda diminui a tendência ao consumismo, o que de fato torna possível escapar da onda de violência que temos. Isto é, se o Brasil não tivesse se desenvolvido, não teria esses problemas de país de industrialização retardatária, por que seria um país pobre pra cacete. Ah, bom.

Provavelmente, FH estava citando algum trabalho com um argumento dez vezes mais complexo que esse. Mas então valia a pena explicar direito.

Que coisa singela


A foto do Galloway de collant. Essa é para o Guto não reclamar mais das fotos do Chávez.

Serra

De acordo com o Globo de hoje, um encontro de tucanos com empresários pintou um quadro interessante do debate econômico hoje em dia. Armínio Fraga defendeu a política econômica do governo, que apresentou (corretamente) como continuidade com a do governo anterior (bem entendido, com a gestão Armínio Fraga, não com o Plano Real). FHC fez as considerações gerais de sempre, mas fez uma boa cobrança contra os empresários ("Onde estavam vocês para defender a reforma da previdência?"). E Serra repetiu a idéia de que "O PT pegou o governo com céu de brigadeiro, nenhuma crise internacional, e cresceu menos que todo mundo").

É isso que me preocupa no Serra: ele tem que assinar uma carta ao povo brasileiro. O céu podia estar de brigadeiro, mas o avião estava em chamas e já dava pra ver o chão, e parabéns ao Palocci por perceber que o negócio era continuar fazendo o que o piloto anterior (o Fraga) estava fazendo. Lula viveu, sim, uma crise de mercado emergente que poderia ter sido pior que a Coreana, a Mexicana e a Russa: a Brasileira.

E a idéia de que a economia mundial está um negócio totoso é besteira. O crescimento está alto, mas as tensões da economia americana (bolha imobiliária, dívida pública, eventual crise previdenciária) e o petróleo mais caro que nunca produzem nuvens que podem até não chover, mas estão para a crise da Tailândia como o Tsunami está para o Serra peidando na piscina. Se não der em nada, maravilha, graças a Deus, parabéns para a competência das autoridades americanas; mas se der merda, é melhor que a gente não tenha acabado de se endividar para financiar nossas exportações para os EUA.

Torçamos para que o governo Lula fique famoso por ter sido excessivamente conservador. Será sinal de que uma merda miserável foi evitada (não pela gente, bem entendido).

Que bonito

O glorioso Sibá Machado (PT-AC) defende, segundo o Merval Pereira, anistia pra todo mundo envolvido na crise política, de todos os partidos. Que maravilha.

Globo e você, tudo a ver.

Thursday, February 16, 2006

Galloway II

Quem quiser ver um debate mais sério , leia a discussão envolvendo Galloway e o jornalista Christopher Hitchens, aqui (esse site tem cara de ser ruim, mas foi onde eu achei o debate transcrito).

Galloway

Ninguém é obrigado a acreditar nisso sem ter visto. Mas, quem quiser ver, veja aqui. O deputado britânico George Galloway, principal opositor da guerra no Iraque no Reino Unido, acusado de levar um troco do Saddam no escandâlo oil-for-food (tal como o brasileiro MR-8), tomou uma clássica decisão de carreira e resolveu participar do Big Brother.

Pois é.

Na casa, o elemento passou por experiências como dançar de collant e imitar um gatinho bebendo leite da mão de uma das participantes.

Bandeirantes, o canal do esporte.

Dica Musical

Extraordinary Machine, da Fiona Apple. Ouçam aqui.

Outra do Drezner

Sugestão de subtítulo para a manchete "Dick Cheney acidentalmente atira em companheiro de caçada":

"O Vice-Presidente baseou sua decisão em relatórios de inteligência preliminares que afirmavam que seu amigo era um veado".

Em português fica ainda melhor.

A Alândia e a Comunidade Européia

O que eu gosto do Daniel Drezner é que tem coisa que só ele acha interessante. Bom, ele e eu. Vejam o caso da Alândia e da Comunidade Européia.

A Alândia é um arquipélago no norte da Finlândia onde se fala sueco. Por algum motivo, a Alândia tem direito de não acatar tratados feitos pela Finlândia e não aprovados pelo parlamento da Alândia (população 26.000).

Pois bem, a União Européia proibiu a pesca com redes tradicionais, a caça ao pato no verão e, pior dos horrores, proibiu o consumo do snus, um tipo de fumo mastigável popular entre os pescadores da Alândia. De maneira que é possível que a Alândia barre a aplicação da constituição Européia no seu território. Havia mesmo quem defendesse que, se isso acontecesse, a Finlândia teria que fazer o mesmo, mas parece não ser o caso.

Meu tipo de história.

Tuesday, February 14, 2006

Feliz dia do jogador de botão!

Com direito a uma fábula!

Rio

Agora, quem está deprimido com Bush, Kerry, Lula, Serra, é por que ainda não viu a lista de candidatos ao governo do Rio. Isso sim, vai ser uma beleza.

West Wing

Eu gosto de The West Wing (ou, como dizem os conservadores americanos, "The Left Wing"). Mas esse ano eles se superaram. Toda essa temporada é sobre a sucessão do presidente Bartlett, o protagonista da série. O legal é que os episódios estão sendo uma tremenda catarse do público americano: os dois candidatos no seriado são excelentes, e estão mostrando o que a campanha entre "o inconsistente e o incompetente" (capa da Economist sobre Kerry e Bush) deveria ter sido.

Por um lado, o candidato democrata, Matt Santos, hispânico e católico, é assumidamente "liberal" (a centro-esquerda americana). Quando seu adversário o acusa de sê-lo, ele afirma que vestirá a acusação como medalha de honra. Quando criticam seu plano de saúde, ele diz: "É, não gosto muito dele, mesmo, mas é o que dá pra passar no Congresso. Por mim eu faria um sistema universal".

Por outro lado, o candidato republicano, Arnold Vinick, é um sujeito avesso a misturar religião e política, que odeia a ala evangélica do partido, e centra sua campanha no programa classicamente pró-mercado, é articulado e carismático. Quando perguntam a ele quantos empregos ele vai criar, ele responde "Nenhum, quem cria emprego é o mercado", e sugere para os países de terceiro mundo a mesma solução que propõe para os EUA, cortes de impostos.

E os dois fizeram um debate excelente.

Convocação Extraordinária

A convocação extraordinária foi realmente um negócio extraordinário. Nem temos o que dizer sobre a gloriosa performance de nossos legisladores, colossais monumentos a tudo o que Atenas representou. É como naqueles lances em que o sujeito corre pra bater o pênalti, escorrega e cai de bunda em cima da bola, e o locutor, sem palavras, se limita a dizer "Bandeirantes, o canal do esporte", ou "Globo e você, tudo a ver".

Agora, em disputa de reeleição, quem joga pelo empate é o governo. Quem tinha que ter feito gol era a oposição.

Hugo Boss

Excelente o título do artigo. Quanto ao conteúdo, por vezes exagera para tornar o argumento mais claro, o que é meio ruim. Mas não há dúvida de que as credenciais democráticas de Chávez não são lá essas coisas. Se entrar no Mercosul de vez, fica preso à cláusula democrática, que expulsa quem deixar de ser democrático. Ou está todo mundo confiando mesmo que o negócio lá não descamba, ou estamos montando uma crise.

Hamas

É perfeitamente compreensível que esteja todo mundo apavorado com a vitória do Hamas, mas eu acho que a vitória foi um resultado melhor do que se eles tivessem ganho a quase-maioria, e se tornassem uma oposição fortíssima e irresponsável. O que era, sem dúvida, o plano dos caras. Vamos ver.

Eleição Presidencial

Aparentemente, Lula passou Serra na pesquisa. Mantenho meu desinteresse.

DJ é mestre

Em um comentário abaixo, o grande DJ Paulão (no site do cara, não deixem de baixar a mix tape) tocou na grande questão central: a China, que era a grande compradora de títulos americanos, está fazendo a transição para uma estratégia mais variada, que passa por outras moedas, como o euro. De fato, se isso for brusco, lá vamos nós. Veremos.

Mas não acho que a invasão do Iraque foi por causa da venda de petróleo em euro, a questão é mais geopolítica, mesmo: fincar o pé no Oriente Médio para poder ter margem de manobra para lidar com a Arábia Saudita, essa turma.

Thursday, February 09, 2006

Voltamos!

Ahá! Achei a minha senha no blogger (pois é, pois é). Voltaremos em alguns minutos.