O Fórum Social Mundial está em crise. Há uma grande divisão entre os que acham que o evento deve virar um movimento (em geral, intelectuais da velha esquerda) e a turma das ONGs ( os brasileiros à frente) que querem que continue sendo um Fórum, um local de debates a partir do qual cada movimento siga seu caminho.
Eu tenho uma interpretação sobre isso (como, aliás, sobre tudo).
O que acabou com o FSM foi o 11 de Setembro. A partir dali, todo movimento político que se prezasse tinha que dar uma resposta consistente para a crise do sistema político mundial, e a turma de Seattle não tinha resposta (com alguma boa vontade, poderíamos dizer: não tinha ainda). Daí que o movimento de Seattle (sem dúvida uma das inspirações do Fórum) foi, em grande parte, sequestrado pela velha esquerda e suas teorias sobre o imperialismo ianque. Dêem uma olhada no site do Indymedia (site dos caras de Seattle, que costumava ter, ao lado de muita besteira, umas coisas interessantes) local. Os comentários políticos são de um nível completamente abissal, e sumiram os caras cujos textos rondavam Seattle (Negri e Hardt, Monbiot, etc.).
Em compensação, outro dia tinha um cara do PCO criticando o PSTU por se aliar ao PSOL,e as tiras do Latuff (3º lugar no concurso de charges sobre o Holocausto do Irã) fazem o maior sucesso. Isso é o pior: visto que, com essa história de descer o pau nos EUA, muita gente está resvalando para simpatizar com o jihadismo, volta e meia aparece um anti-semita por lá.
O FSM, naturalmente, é maior que o Indymedia, e melhor. Mas, pessoalmente, tenho um certo orgulho dos brasileiros estarem lutando para que não se traia a idéia inicial de um negócio meio bagunçado. Para se ter idéia, bagunça é bom. Para se implementar, precisa disciplina, mas aí cada movimento que tenha a sua.
Tuesday, January 30, 2007
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