Wednesday, May 16, 2007

Chávez é o poodle de Bush

Excelente post do excelente blog do Daniel Drezner nos informa que o Chávez pode espernear, mas vai ser difícil deixar de vender petróleo para os EUA (na verdade, a proporção atual é de 60% do petróleo venezuelano para os EUA, o que significa um aumento da proporção nos últimos anos). Aparentemente, o tipo de petróleo exportado pela Venezuela precisa ser processado por refinarias que só existem nos EUA. Algumas são de propriedade da PDVSA, o que leva o Drezner a perguntar: e se a gente aqui nos EUA estatizasse a refinaria do Chávez? Hehe.

1 comment:

Caderno de Notas !!! said...

Essa é uma daquelas ironias implacáveis da história, protagonizada por tiranetes. Infelizmente boa parte de nossos colegas dentro da esquerda não aprendem...

O que vemos hoje? Na América Latina, Chavez mantém seu poder pessoal esculhambando com a tradição da esquerda, pregando o anti-americanismo, reforçando o nacionalismo e dando sobrevida à essa gosma que é o populismo esquerdista, financiado pelos petrodólares... norte-americanos! Literalmente, cospe no prato em que come!

Essa situação serve para ilustrar a miséria do pensamento de esquerda hoje, mas não penso que ela seja algo de maior gravidade. Me preocupa muito mais a situação dos EUA: eles toleram Chaves porque precisam de seu petróleo, precisam de dinheiro para financiar seu plano mal-elaborado, arrogante e mal-sucedido de reformatação do Iraque. Chaves, nesse sentido, não é alternativa, mas continuidade de um sistema de relações internacionais cujo centro, hoje, é os EUA, comandado pela direita americana.

Surge um panorama do qual não gosto nem um pouco: a esquerda latino-americana não entende que a novidade criada pela direita norte-americana não é a reciclagem do imperialismo, mas sim algo que creio, ainda não achou o seu principal teórico: a Democracia de Guerra.

Guardadas as devidas proporções, o governo Bush procurou levar, na ponta dos canhões de mira laser, a democracia. Não agiram diferente dos soviéticos na Polônia, em 1921. Mas não creio que isso se explique em termos de imperialismo: trata-se de uma modernização à força do Oriente Médio. Trata-se da implantação à força da democracia, desconsiderando todo o panorama político, partidário, econômico e étnico do Iraque.

É o que eu penso. É frágil. É uma hipótese, mas me pergunto se os Republicanos não estão, nesse momento, inventando uma democracia de Guerra.