Tuesday, May 15, 2007

Fichamento On-Line: What Should the Left Propose? (Cap.7)

Neste capítulo Unger dá suas sugestões para a social-democracia européia.

A social-democracia européia precisa entrar de novo em dois domínios dos quais se retirou: a organização da produção e da política. Mas antes deve-se dizer que há dois caminhos que a social-democracia tem seguido [Blair?] que ainda são possíveis dentro do arranjo social-democrata tradicional:

1) A reforma dos serviços públicos de maneira a tornar seu provimento missão de várias formas organizacionais, públicas e privadas, com ativa intervenção do governo na moldagem dessas organizações.

2) A austeridade fiscal é uma boa, mas deve ser entendida como uma margem de manobra, que deve ser usada. Estados fiscalmente equilibrados são justamente os mais independentes dos caprichos do capital especulativo. Mas, tendo conseguido essa margem de manobra, os Estados devem assegurar que a poupança acumulada esteja proximamente ligada ao investimento, generalizando as práticas de venture capital, através, novamente, de uma variedade de organizações públicas e privadas.

O problema é que, se a social-democracia fizer isso tudo, vai se deparar com três problemas:

1) Essas novas práticas organizacionais modernas, o venture capital, etc., embora sejam a grande fonte de dinamismo da economia, abrangem uma parte muito pequena da população. É preciso expandir o acesso ao tipo de educação que torna possível o acesso a esse tipo de emprego, mas é também necessário levar esses métodos de trabalho a outros setores e atividades. Para isso é necessário que se criem fundos governamentais que funcionem como venture capitalists, com diferentes graus de dependência do governo central. A esquerda não deve ser o cara que tenta controlar os mercados, mas sim o cara que expande a liberdade de recombinar recursos no mercado, até a liberdade de recombinar as formas legais de propriedade das maneiras que pareçam mais convenientes.

2) O sistema educacional precisa ser reformulado para abrir a possibilidade de requalificação educacional durante a vida toda. A União Européia precisa inverter sua opção atual, em que a economia é centralizada e as políticas sociais são descentralizadas. O certo seria experimentalismo na economia [o que seria isso? Diferentes taxas de juros? O que sobraria da União Econômica?] e a garantia da educação total para todos os cidadãos. Além do mais, todo cidadão saudável tem que ter a obrigação de fazer por algum tempo trabalho voluntário pelos necessitados, para impedir que a solidariedade social se desfaça - uma vez que ela não se manterá simplesmente porque os pobres recebem um cheque pelo correio todo mês.

3) A Europa precisa ser capaz de ter, em tempos de paz, o dinamismo que teve em tempo de guerra. Por exemplo, países como a Noruega, que têm petróleo e uma situação extremamente confortável, poderiam treinar cidadãos seus para dar assessoria e financiamento para projetos de desenvolvimento ao redor do mundo.

Em suma: a social-democracia precisa sair do modelo burocrático e montar um sistema flexível com agências públicas e privadas de diferentes naturezas (o que permitiria maior experimentalismo), para aproveitar o potencial de cidadãos que receberiam educação pela vida toda.

1 comment:

Anonymous said...

Falando do Unger, o que você acha deste artigo:
http://jbonline.terra.com.br/editorias/pais/papel/2007/05/15/pais20070515015.html

Obs: o Sr. estava mesmo reclamando que nada acontecia. Um artigo no JB não é bem um acontecimento, mas é alguma coisa.