O Mangabeira Unger, que ficou meio sumido depois que entrou para o PRB (que acabou apoiando o Lula), escreveu um artigo meio conciliador hoje na Folha. Diz ele:
"A solução é que o novo governo Lula abrace projeto de desenvolvimento econômico com inclusão social que nossas duas classes médias possam compreender e apoiar. Projeto que, sem renegar o realismo fiscal ou a ajuda emergencial aos que penam na miséria, abra portas para a ascensão econômica e educativa de dezenas de milhões de brasileiros.
Reduzido a seus elementos mais básicos, esse projeto tem três diretrizes. Oportunidade educativa: sacudir o ensino público de cima a baixo para melhorar-lhe dramaticamente a qualidade. Oportunidade econômica: fazer os interesses do trabalho e da produção prevalecerem sobre os do rentismo, acabar com a informalidade a que continuam condenados 60% dos trabalhadores e usar os poderes e os recursos do Estado para dar condição aos esforçados -acesso a crédito, tecnologia, conhecimento e escala. Oportunidade política: separar a política dos negócios, tirando-a da sombra corruptora do dinheiro.
Para que se efetive tal projeto, duas coisas são necessárias. A primeira é o presidente reeleito ousar, sabendo quando unir e quando dividir. A segunda é que alguns de seus adversários de ontem se disponham a lutar, como seus aliados de amanhã, para dar braços e asas à energia frustrada do país".
Interessante. Uma das boas surpresas que poderiam acontecer com o Brasil seria o Unger, o maior nome da teoria social brasileira, propor coisas mais concretas e procurar uma inserção melhor no cenário político brasileiro.
Tuesday, August 29, 2006
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