Monday, April 23, 2007

Brasil na The Economist

E semana passada o Brasil foi o tema do dossiê da Economist. Pra variar, bom pra caralho. É um libelo neoliberalzão (como a revista) pela redução do tamanho do Estado no Brasil. Se alguém sabe defender isso com dados sérios, são os caras.

E é o único meio de comunicação que defende o que nós aqui também defendemos: que tanto o segundo governo FHC quanto o primeiro governo Lula foram bons.

Logo no começo fala dos caras pessimistas sem porra nenhuma pra fazer na vida que acham que o Brasil está "caindo aos pedaços", e mostra que, para a imensa maioria da população, isso não é verdade. Há, sem dúvida, um problema de violência urbana seríssimo, que pode ser combatido, mas a idéia de que o negócio está indo para o buraco é uma besteira.

Problemas elencados: previdência (ver post anterior sobre o livro do Giambiagi), transferências para Estados e municípios sem contrapartida de eficiência, e um funcionalismo inchado. A reportagem cita um cara da FGV que diz que o funcionalismo poderia ser cortado em 30% sem prejuízo do serviço (meio difícil de medir isso, cuidado com esses dados).

E vejam que espetáculo: enquanto um sujeito que ganha até 2 salários mínimos paga metade da renda em impostos, quem ganha 30 mínmos paga só um quarto.

Em suma: a revista continua achando que o Brasil é um BRIC (Brazil, Rússia, India e China, que, segundo a Goldman Sachs, vão ser fortes pra cacete daqui a algumas décadas), que, inclusive, é mais democrático e estável que os outros três. Mas o ritmo da mudança ainda é agonizantemente lento.

(Há, no entanto, um negócio meio esquisito: segundo a reportagem, no Brasil o funcionário que lava pratos é proibido pela legislação trabalhista de limpar mesas no restaurante. Nunca ouvi falar disso, nem encontrei alguém que tenha)

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