Nesse capítulo e nos dois seguintes, Unger formula propostas específicas para cada região do mundo, começando, aqui, pelos países em desenvolvimento, prosseguindo depois com Europa e EUA.
As formulações para os países de terceiro mundo são, talvez, as que mais se parecem com as recomendações gerais, propostas nos capítulos anteriores, em especial o Cap.2. Não vamos nos ater no que for igual entre os dois capítulos.
A solução para os países em desenvolvimento é abraçar o mercado, mas sob algumas condições que poderão ajudar os países pobres a ditar os termos dessa adesão. São elas:
1) Construir um escudo para a heresia: se um país quiser ser diferente, vai ter que tomar algumas medidas para garantir a sobrevivência de sua heresia, a saber: alto nível de poupança (para garantir a independência frente ao mercado internacional), vínculos mais estreitos entre poupança e investimento (ver Cap.2), realismo fiscal, e total "oportunismo tático" no que se refere à circulação de dinheiro (se interessar controlar capitais, controle, se interessar liberalizar, liberalize).
2) Equipar o indivíduo: o objetivo não é a igualdade, mas sim potencializar o indivíduo, o que faz da educação a política social central. Importante: o financiamento da educação não pode ser local, ou as desigualdades regionais serão reforçadas. É especialmente útil que surja assim uma contra-elite meritocrática que se oponha à elite da herança, mesmo se ambas forem igualmente interessadas apenas na própria sorte.
3) Intervenção no lado da oferta: aumentar o acesso ao crédito, à tecnologia e ao conhecimento, e introduzir as formas de cooperação desciritas no capítulo anterior em setores da economia que normalmente consideramos pouco sofisticados. Deve ser criada uma série de fundos e centros de apoio técnico que se organizem diferentemente, mantendo vários tipos de relação diferente com o Estado e o setor privado, com a seleção dos que funcionarem melhor.
4) Intervençao do lado da oferta: todas as estratégias para aumentar a participação do salário na renda nacional descritas nos capítulos anteriores.
5) Constituição de uma democracia de alta potência, como a descrita em capítulos anteriores [Problema: e se a democracia de alta potência decidir contra todo o resto do programa?]
6) Permissão para o experimentalismo federativo: que estados e regiões possam tentar formas organizacionais diferentes, desde que não opressivas.
7) Herança social, descrita em capítulos anteriores.
9) Um ramo do governo com poder para intervir em organizações em que o indivíduo não seja capaz de escapar da opressão ou da discriminação [o que seria isso?]
Friday, April 27, 2007
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