E quando menos se esperava, FHC lança uma carta aberta aos eleitores do PSDB e causa uma confusão na turma da oposição. O conteúdo da carta não é nada de muito inovador, tem coisas boas, coisas ruins, enfim. Mas o timing da publicação é interessante.
A princípio, FHC pode ter tentado se oferecer como o Carlos Lacerda que, faz um tempo, ele mesmo vinha pedindo que aparecesse para botar "fogo no palheiro". Se for isso, não deve funcionar, não. FHC não é muito popular. A carta, cá entre nós, não apenas não é tão bem escrita como a que o Lacerda escreveria, é muito mal escrita. Não tem um soundbite. E não é que seja chata por que seja profunda. Ao contrário. Parece os artigos do FHC no Globo, meio certos, meio errados, sem a menor originalidade. FHC ainda está escrevendo como aprendeu a escrever durante sua presidência, sem dizer nada.
Tem duas das besteiras de sempre: que o Bolsa-Família é só uma extensão de programas que já existiam (fora o fato de que "extensão", no caso, quer dizer dobrar duas vezes o tamanho da coisa, os programas do FHC, por sua vez, eram copiados do Cristovam, que era do PT - queria saber se o FHC já informou o Clinton de seu erro historiográfico a esse respeito em sua auto-biografia), e que, se a Vale foi vendida barato, é por que ninguém quis pagar mais (você aplicaria esse raciocínio ao vender seu carro? Ou deixaria para vender quando alguém oferecesse uma grana boa? A não ser, é claro, que você precisasse urgentemente de dólar por que sua política econômica, enfim).
E tem boas críticas ao governo.
Mas a questão é que é um típico documento de reconhecimento de derrota (ou de ajuste de curso, se publicado um ano antes). Não é hora de ninguém do campo de Alckmin falar mal de Azeredo ou do sistema carcerário paulista.
Saturday, September 09, 2006
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