Wednesday, March 08, 2006

Estadão apóia Alckmin

O editorial de hoje do Estadão apóia Alckmin para presidente, com o seguinte raciocínio:

Se Lula ganhar agora, não é nenhum fim do mundo, pois ele se revelou pragmático na economia. Mas se ele ganhar e Marta ganhar em SP, há boas chances do PT ficar no poder não por oito, mas por doze ou dezesseis anos (por que Marta seria uma candidata fortíssima para presidente). Daí que é melhor lançar Serra para o governo e Alckmin para a presidência. Inclusive por que, se Alckmin perder, nada de mais: ele só tem 53 anos, pode tentar de novo.

É uma bomba, na hora em que parecia que a coisa estava fechada com o Serra, os Alckmistas (como se define um colega meu) se mobilizaram com tudo. O Anselmo Góes hoje também aponta um crescimento da tendência pró-Alckmin.

Enquanto isso, a Dora Kramer especula sobre a idéia de uma chapa Serra-Alckmin. Pessoalmente, eu acho que seria uma loucura. Se perder, o PSDB entrega a prefeitura e o governo de SP para o PFL, que, com a prefeitura do Rio, tornar-se-ia o sócio majoritário da aliança daqui pra frente.

3 coisas interessantes:

1) Ressucita, com essa confusão toda, uma das brigas mais ferrenhas, e menos noticiadas, da política brasileira dos últimos anos, a briga entre a facção Covas e a facção Serra do PSDB. Quem conhece gente do partido sabe que ali era um pega-pra-capar fenomenal.

2) Mantenho minha opinião que a força do Alckmin é que ele tem mais cara de economicamente ortodoxo. Se é para tentar ultrapassar pela direita, é melhor pegar um cara com mais cara de direita. Não estou dizendo que ele seja o Olavo de Carvalho, apenas que tem mais perfil de sujeito em quem minha vó (ou o Estadão, ou a FIESP) vota. Mesmo que os dois tenham as mesmas propostas, Serra é ex-AP, Alckmin é ex-Opus Dei, o que tem lá seu valor simbólico.

3) Para além de tudo isso, uma curiosidade. Até a era FHC-Lula, ninguém no Brasil tinha sido presidente democraticamente eleito sem ter sido governador antes. Parece que voltamos ao velho esquema: Alckmin, Rigotto, Garotinho (bom, tecnicamente, ele foi "governador"), Aécio,...

No comments: