E aproveito para citar uma artigo do Ruy Fausto de algumas semanas atrás:
"Uma coisa é preocupante: a falta de lucidez de boa parte das chamadas elites intelectuais. (...) Ora ela explica que a questão não é "moral" (sic!), mas do sistema, ora afirma que os outros fizeram pior. (...) Que a reação da imprensa tenha sido muitas vezes excessiva (no caso de uma revista, até ignóbil) não apaga o engano -que vem de longe. Quanto à intelectualidade de extrema-esquerda, com pequenos retoques, ela, em geral, retoma velhas fórmulas. Tudo aquilo que o marxismo não vê nem pode ver na política dos séculos 20 e 21 (e esse campo de não-visão é vasto), essa intelectualidade também não enxerga. Daí os erros grosseiros de gente dotada. (...)
E agora?
Apesar de tudo, há algumas razões para esperar. Uma parte do eleitorado petista continua sendo fiel ao partido por causa do que resta de petistas "éticos". Nem todo mundo no PSOL é revolucionário: há democratas radicais que o apóiam, na falta de uma melhor alternativa. E a maioria dos eleitores de Cristovam não deve ser brizolista ou getulista. Quanto ao PSDB, partido que tinha verniz social-democrata, textos recentes mostram que há descontentamento numa franja -intelectual, sobretudo- dos seus (ex?) eleitores. "Not the least", muita gente não niilista votará nulo ou em branco.
Assim, de uma perspectiva otimista, pode-se dizer que, apesar de tudo, há forças sãs dentro de vários campos (ou fora), e isso é um dado positivo. Na impossibilidade de eleger um bom candidato, o importante é estimular o melhor dessas tendências. Para isso, o decisivo, para a esquerda em particular, é manter uma atitude crítica, um discurso lúcido e sem demagogia: precisamos articular com rigor a crítica à direita e à centro-direita, com a desmistificação, no campo da própria esquerda, das ilusões corrupto-populistas de uns e radical-revolucionárias (totalitárias, no limite) de outros."
Wednesday, October 25, 2006
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