Wednesday, June 13, 2007

Novo Bagehot

A Mariana me chamou a atenção para essa primeira matéria do novo Bagehot, o colunista da The Economist que escreve sobre política inglesa. A matéria trata de um aspecto da Inglaterra contemporânea que muito impressionou esse vosso humilde servo durante sua estadia: rapaz, os caras reclamam do governo por muito pouco! Até certo ponto isso é saudável, mas eu lembro de uma ministra da educação que caiu por falhas na correção de um exame nacional que afetavam uma proporção mínima dos alunos; e um ministro da defesa que quase caiu porque algumas unidades da guerra do Iraque não receberam os coletes a prova de balas a tempo (talvez porque o pessoal que ia entregar tenha ficado meio cabreiro com aqueles caras atirando neles).

Alguma desconfiança do governo é saudável, mas, calma lá. Não é tão fácil assim achar bons ministros.

5 comments:

Anonymous said...

Pessoalmente, eu acho que eles (os anglo-neuróticos) estão certíssimos. Estar à frente de qualquer governo é uma puta responsabilidade e, de certa forma, uma honra. Qualquer deslize deve mesmo ser fatal, isso filtra mais do que nunca aqueles que utilizarão essa poderossíssima ferramente de transformação que é o Estado. A seleção tem que ser cruel mesmo. Infelizmente, não importamos isso... Pensando melhor, essa prática democrática de pressão absurda nos governantes é inviável por aqui, teríamos "impedimento" de dois em dois anos.

Na Prática said...

Grande Rabo de Cobra! Claro, tem que haver pressão, mas tem o outro lado: bons gestores são um recurso escasso, que não podem ser queimados por qualquer coisa.

Anonymous said...

Tá, tem esse lado, mas por outro lado ainda (sobrou algum?), se não filtrar, se não botar pressão em cada detalhe, não melhora, não rola uma evolução forçada (e tem que ser forçada, pelos políticos ficaria tudo frouxo mesmo) do nível da gestão pública.

Melhor que a inglesa, a solução japonesa também parece uma saída. Você sabe, harakiri de ministro.

Anonymous said...

O que queria dizer é, o recurso é escasso, mas o cargo é super desejável (mesmo pessoas de alto gabarito, vide Mangabeira Unger, se submetem a autocastração moral para estar num cargo desses). Enfim, não vai faltar gente se esgoelando para adquirir cacife, títulos, história administrativa, aadêmica, moral, para ministrar por aí.

No momento, a moeda não abunda, mas, há de convir, tampouco é profissionalmente valorizada ou exigida. Não há incentivo para termos administradores fodões se nivelarmos por baixo, passarmos a mão nos merdas, etc. Acho que, sim, pode arrochar, que não vai faltar gente fazendo o máximo para evoluir politicamente e chegar num patamar aceitável pelo público. Se o público assim o quiser.

Na Prática said...

Grande Rabo de Cobra! Concordo com você, no geral, é importante que se encha o saco dos caras, só acho que temos que tomar cuidado com exageros.